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quinta-feira, 31 de março de 2011

discutindo relação

só pra nao perder minha mania de discutir relação
quero "postar" meu amor pro vocês
sem vocês meus dias seriam menos felizes

Presente.

faz parte do processo rrsrsrss

Integração x Indirença

''Que minha solidão me sirva de companhia.
que eu tenha a coragem de me enfrentar.
que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.
Olhar nº 01


Olhar nº 02


Olhar nº 03
Olhar nº 04



Olhar nº 05
[ Considerações...]

Essa inúmeras vertentes passeiam no íntimo interior DE QUAQUEL UM.

Está forçado a viver em um contexto de não-lugar, sendo esmagado pela integração ilusória e a indiferença alternativa, que se limita ao total.
Com objetivo de chegar aonde??????????? NÃO SEI.

Existem quantos mundos dentro mundo?Quantos universos?Quantas verdades?

A manifestação da individualidade não deixa o ar ser democrático, pelo contrário, torna-o ''Individualizado''.

Quanto mais nos deparamos com o auto-conhecimento, mais buscamos respostas fora de nós mesmos, pois os caminhos mudam e a visão também, pois a efêmera características das coisas nos deixa tenebrosa-mente variável.

Então buscamos a reinvenção, apropriação ou a fuga. Para mais um ciclo de transformações onde o tempo só passa.

Esperial, esperial, espiral e espiral!
...............................................................................................

SEM NOME


 Resposta - Encontro 30 de Março 2011.
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É da natureza humana a necessidade de dar nomes às coisas afim de compreendê-las melhor, de torná-las objetos definidos e colocá-las ao alcance da razão, dispostos como as cores numa paleta de pintor que irá criar um mundo particular em sua obra.

Aristóteles dirá em sua Metafísica, que o homem deseja conhecer as coisas por natureza, o que é o mesmo que dizer que estamos incondicionalmente destinados a conhecer. Isto nos leva a dizer que tudo o que fazemos durante toda nossa existência, em verdade, é nos conhecermos nas coisas que buscamos conhecer. Somos ainda dotados de um modo de expressão único, a linguagem falada. Segundo nos revelam os mitos gregos, o homem é o único dentre todos os animais capaz de falar, pois foi beneficiado, recebeu uma dádiva dos deuses: o poder expressar o logos. Assim, eleito por um capricho olímpico, a fala aparece para os gregos como o fator distintivo da humanidade, porque é na fala que se manifesta o ser, "falar é refletir o kosmo, tal como ele é" - comenta Christophe Rogue. Ou seja, por meio da razão manifestamos a fala articulada, e esta, por sua vez é justamente a marca da natureza humana. Razão esta que, sendo um atributo cada vez mais preponderante na linguagem, marcará decisivamente o final do século XVIII, determinando o modo de ser, ver e expressar o mundo. 

Será que temos que obedecer essa lógica Razão x Expressão?????
CHEGA! QUERO RUPTURAS JA!


Será que precisamos dar nome ha tudo que fazemos?
Que necessidade absurda é essa que temos de tentar classificar, codificar tudo o que fazemos, que queremos?
Porque simplismente não deixamos acontecer?
Se é Dança, se é Teatro Físico,se é Butoh, se é Arte Contemporânea, se é .... aFF!
Pra que se dar classificações se aquela Arte é Dança ou é Teatro? Se é expressionista ou dadaíta?
O que a gente quer não precisa ser Arte!

    "De fato, a sociedade tem necessidade de artistas, da mesma forma que precisa de cientistas, técnicos, trabalhadores, especialistas, testemunhas da fé, professores, pais e mães, que garantam o crescimento da pessoa e do progresso da comunidade... no vasto panorama cultural de cada nação, os artistas têm seu lugar específico...Toda a forma autêntica de arte é, a seu modo, um caminho de acesso à realidade mais profunda do homem e do mundo. E constitui um meio onde a existência humana encontra sua interpretação plena..."CARTA AOS ARTISTAS - PAPA JOÃO PAULO 11


E se não quisermos fazer Arte? Se o que quizermos fazer for muito mais alem dessas convenções?
Se eu quizer mostrar algo alem da linguagem humana, que ultrapasse a Arte?
E não venham me perguntar o que é isso que eu quero mostrar, porque logo responderei....
NÃO TEM NOME!
Apenas quero expressar as coisas que sinto, sem me importar com nehuma classificação,aceitar as influências que recebi, mas a partir do momento que sou eu, se somos nós que apresentamos, tudo aquilo que passamosa desenvolver é nosso, não são essas influências...

Finalizo esse post, tentando resgatar o momento que não tem nome...
Fecho os olhos, e deixo os pensamento virem á tona.. soltos pela minha cabeça...
Aqui nem a linguagem, nem a Arte habita, sou apenas eu... sou apenas nós .. sou apenas Contemplação!
Por mais que eu va lá dentro, eusempre busco fora.. por mais que eu tenha meu universo particualr, vai ser na busca incessante dessa comunicação que nossos universos particulares se cruzam, e retomamos estar juntos em nossa Biosfera.


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Os nossos canais expressam isso: ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Conseguimos passar isso: \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\
Voce¹ entende isso: .....................................
Voce² entende isso: & ♥☺ ☻
Voce³ entende isso: • ♣ ○ ◘ ♦


E ainda tem gente que pergunta no fim do espetaculo: "O que voces quiseram mostra com isso?"
Tem coisas que NÃO TEM NOME!








COMTEMPLEMOS

Resposta ao comentário de David em minha postagem CIRCULAR.




A PRAÇA AINDA MEXE COMIGO

A experiência da não-lixeira inorgânica numa feira agro-ecológica, na praça da Gentilândia ainda mexe comigo.

RESPOSTA A KEN WILBER

RESPOSTA AO CAOS

Resposta ao comentário da Rafa no post do David.







Encontro 30 de Março 2011- Possíveis Conexoes

quarta-feira, 30 de março de 2011

CIRCULAR


PARTICULAR-UNIVERSAL

SEM NOME



O encontro de hoje do projeto Poetizando as Mímicas do Corpo foi bastante instigante, dialogamos sobre as questões que durante essas semanas nos instiga. Falamos da do não-lugar, da poética do espaço, da totalidade, do holárquico e de butoh.

Cíclico.

Circular.

IDA - Rua Padre Ibiapina / Avenida do Imperador / Avenida Domingos Olimpio / Rua Tereza Cristina / Avenida Treze de Maio (Reitoria UFC , CEFET, 23 BC, Igreja de Fátima , ao lado Hospital Antonio Prudente ) / Avenida Pontes Vieira / Avenida Barão de Studart / Avenida Antonio Sales (Canal 10, Praça da Imprensa) / Rua Leonardo Mota / Avenida Desembargador Moreira, Náutico. VOLTA - Náutico, Avenida Desembargador Moreira / Avenida Abolição / Historiador Raimundo Girão / Rua Pessoa Anta / Avenida Alberto Nepomuceno (10 Região Militar) / Rua João Moreira ( Passeio Publico , Santa Casa, Praça da Estação ) / Rua Guilherme Rocha (Liceu do Ceara, Corpo de Bombeiro) / Avenida Filomeno Gomes / Rua Carneiro da Cunha ( Senai ) / Rua Padre Ibiapina.



Circular.

Voltar ao mesmo ponto. Uma modificação. Modificações. Corpos em transe. Transeuntes. Contato-improvisação. Coletivo. Universo particular no coletivo. Universos particulares que se encontram, convergem, mesmo que inconsciente, e constroem uma bioesfera, uma macro esfera, o Universo. Universal. Do mergulho interno, do particular, de lá de dentro, você vai lá para fora, para o todo. Totalidade. Autencidade.



Uma pergunta paira no ar: o que estamos fazendo (ou nos propondo) é Butoh? Há a real necessidade de nomear? Continuaremos chamando de PseudoButoh (nós do MiMO)[1]? Daremos outro nome (Poéticas e MiMO)? Quem sabe, BeachButoh, DunasButoh, AldeotaButoh, ViaSulButoh, BeiraMarButoh, IracemaButoh ou AgresteButoh, FomeButoh, BuracosButoh, ProstituiçãoInfantilButoh, MisériaButoh, TitanzinhoButoh, MiranteButoh, CrackButoh e outros Butoh’s que possam surgir em meio aos gritos particulares-universais do ser humano. O arquétipo.



Partimos então nas nossas discussões de um Butoh como não técnica, mas como uma dança pessoal, uma dança do agora, do momento, você pega o que tem dentro e externaliza, mas o que tem dentro vem do externo: a fome, a dor, a agonia, a morte, a esperança, a vida que é intrínseca à humanidade.

Retomando a citação de Decroux[2] no post da Rafa: “ (...) é o corpo que tem que pagar, é o corpo que conta, que provê, que sofre. E quando eu vejo um corpo se levantar, eu sinto que é a humanidade que está se levantando”. Percebemos nas palavras do criador da MCD que a mesma parte do drama humano pessoal, dos dramas pessoais, da sua dança pessoal, da sua metáfora com seus fantasmas e abre para o mundo, para a humanidade, na subjetividade, pois o drama pessoal é tirado a partir do drama humano, do Macro. Particular[3]-Universal.

Contemplemos!




[1] PseudoButoh foi o nome dado, sugerido, enfim, um nome para identificar uma qualidade estética que se assemelhava a estética do Butoh que o Teatro MiMO percebeu nas montagens dos espetáculos AS LAVADEIRAS e MULIERES. No primeiro espetáculo esta qualidade surgiu a partir de experiências com a Mímica Subjetiva, no segundo, com o Treinamento Energético. Hoje, o grupo experiencia a fusão desses treinamentos e juntamente com o, Poéticas do Corpo, estão na busca do SEM NOME.

[2] A origem da Mímica Corporal: uma entrevista com Etienne Decroux por Thomas Leabhart. Trad.: George Mascarenhas. In: A mímica Corporal Dramática no Brasil e o legado de Etienne Decroux. Projeto Mímicas, Caderno 1: 2009.

[3] Não confundir particular com individualidade.

[4] Fotos: Circular, Hijikata, Ohno, Ashikawa, Takenouchi, Endo,Ken Mai, Aki Suzuki, Val Rai.

Desenvolvimento humano em espiral de Ken Wilber (ou o que é que esse povo fala nesse blog e o que tem a ver com nosso processo criativo?)


Nossa reuniao da semana passada rendeu muitas provocaçoes sobre essa relaçao da busca totalizante macro (homem x natureza) e micro (diferentes áreas do desenvolvimento humano). Acredito que foi extremamente importante criticarmos a nossa 'ambiçao' de querermos ser seres totais - Ex.: através do post http://umnaolugarnatural.blogspot.com/2011/03/surrealista.html da maurilene, onde ela expoe a fragmentaçao genuína e sincera do ser. Acho que toda a nossa discussao do primeiro dia de estudos sobre Butoh, após digerirmos a crítica a nós próprios, nos fortaleceu - fortaleceu o pensamento crítico e nos elevou a uma abordagem do nosso trabalho que evitará o uso 'ingenuo' das palavras total, integral e holístico. Debatemos as incorencias de discurso nossas e de pessoas ao nosso redor nesses posts do Tomaz http://umnaolugarnatural.blogspot.com/2011/03/uma-causa-e-sua-ignorancia.html e http://umnaolugarnatural.blogspot.com/2011/03/ainda-na-praca.html e todos os comentários reverberados por eles.

Segunda passada, éramos somente para discutir Butoh e Autenticidade, e acabamos indo mais fundo. Saí mexido, sacudido e sem respostas. Mas lá no fundo saí de lá satisfeito... Nao em paz, mas satisfeito pelo confronto e pela urgencia de mudança em mim mesmo. Que eu faço com isso agora? Sério, que faço?

A resposta mais sensata que posso dar é: -FAÇAMO-NOS.

Transformação pessoal e social.

Voltando a escrever, lembrando dos meus pensamentos de antes.
Escolhi o fazer artístico pelo fato de ter visto nele a possibilidade de transformação de si e transformação social, até então apenas na minha cabeça ou em uma apresentação voluntária aqui e outra alí.

Hoje com todas essas reflexões, buscas, caiu algumas fichas e ainda tem muita pra cair! Pensei no como essas transformações podem acontecer.

Através do pensamento de integração, integração entre as pessoas, entre as pessoas e o espaço, integração de corpo-mente, a busca constante desse equilíbrio, desse corpo que não se desvincula da sociedade, o que no fazer artístico pelo menos pra mim, esse contato tem sido bem claro.

Contudo, acredito que essa transformação se dá a cada encontro e a gente pode se ver no outro e no mundo cada vez mais!



terça-feira, 29 de março de 2011

Integrando

depois de um incômodo geral do meu ser acerca do meu próprio ser neste processo integral e desintegrativo me pergunto:
de que valeria um "vilarejo ali" se não fosse o caos em mim pra suportar ?
o que seria da arte se não fosse os sentimentos pra sublimar ?
o que seria do meu caráter se não fosse as falhas que ja cometi e que ainda irei cometer ?
onde é que está o orgânico e o não orgânico ? eu mim ou fora de mim ?
paciência
se é assim... eu quero é que o mar pegue fogo preu comer peixe frito.
eu me vejo em tod@s vocês. Tod@s.


Em busca das raízes!

Na busca das raízes, do passo, da pisada: Pisar no chão. Do contato com a terra, da firmeza. E lembrando da morte que literalmente nos leva a terra, reflito sobre o Butoh que nos proporciona essa experiência ainda vivos e nos proporciona dançá-la (interna e externamente).

Escrevendo e lembrando da citação da Rafa nos nossos encontros, do personagem do livro que se sentiu "integrado" na natureza deitado na grama, observando e sentindo tudo que estava em sua volta.

Eu como alguém que se sente em desarmonia com as tecnologias e ao mesmo tempo, extremamente escravo delas me pergunto,como encontrar essas raízes em um mundo de escravidão tecnológica?

Em uma terra onde uma árvores nasce praticamente em cima de um poste,o que impede dos pés do homem fincarem o chão, transformando-se em raízes?

Beijos.


Também vou de citação

"O butoh é uma dança que valoriza a vida, mas que o faz assim convocando a morte, pois não se pode pensar na vida sem pensar na morte".
Kazuo Ohno

"Dançar Butoh é entrega cósmica, você deixa o universo entrar em você e você entra no universo".
Valdir Raimundo ou Val Rai

"Paradoxo intercultural com razões para tudo".
David Limaverde

"Dança filosófica dos arquétipos universais".
Tomaz de Aquino

Alguns textos e websites:

Butoh como filosofia.

Estereótipos

Butoh como restaurante

Butoh e natureza

Butoh e o 'estar entre'

Butoh e o SHIATSU

Butoh no mundo

Butoh no Brasil

Butoh for Tadash Endo

Butoh e o cavalo

gente, esse do cavalo eu conheço a galera! hehe. quando eu pensar em outras referencias eu posto aqui.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Distúrbio (?) de Personalidade Múltipla



Pelo visto não sou só eu que tenho...

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"Saber onde as coisas estão. Saber onde eu estou. Eu como as minhas diversas facetas, como fragmento de mundo, como harmonia (ou tentativa dela) e caos ao mesmo tempo. Saber sentir os meus conflitos. E saber sobre quais deles vale a pena me debruçar e em quais momentos."

Fragmento transcrito por mim hj a partir de falas da Marisa e do David e de pensamentos meus.
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Emendando os posts pra jogar tudo pro mundo.
A pergunta de hoje ainda tá reverberando na minha cabeça. A nossa resposta não me conformou, talvez porque eu ainda não a tenha assimilado direito.
Então, repito: "E onde ficamo/o que fazemos com tudo isso?"

Soma-se então à reflexão da questão da autenticidade proposta pelo David. Ai tudo foi se destrinchando um pouquinho mais...

Como vejo o butoh? Ainda não sei como ele se configura pra mim, ele que, como eu e nós todos, também tem milhões de facetas - estéticas, conceituais, de perspectiva e etc. Como se apropriar dele dentro do projeto? De quantas formas posso ligar ele à MCD? Como trazer isso tudo pra tentativa da totalidade? Além do desafio de trazer isso pro espaço urbano, ainda se faz necessário trazer todo o resto de forma que tudo se encaixe de forma autentica.

Vou levar isso tudo pra cama hoje e conversar com a Rafa antes de dormir.
E nunca mais me apaixonarei... (Hahaha)

Beijos de amor nos corações.


Pra fora do corpo

"É o corpo que tem de pagar, é o corpo que conta, que provê, que sofre. E quando eu vejo um corpo se levantar, eu sinto que é a humanidade que está se levantando."
Etienne Decroux

"Quando eu danço é como se eu renunciasse às minhas próprias lutas, sofrimentos e alegrias para dançar as lutas, sofrimentos e alegrias do todo, de todos."
David Limaverde (ou algo parecido com o que ele disse hj... hehe)

Butoh, pertencimento, autenticidade, influencia e liberdade.

Parte 1 do documentário Val Rai

Parte 2 do documentário Val Rai

Provocaçoes? Empatias?

domingo, 27 de março de 2011

Ainda na praça









Tirando o lixo, o encontro na praça da Gentilândia foi de bastante conexão.

Uma causa, uma ignorância.

Causas, causas, causas, bonito defendê-las, mas será que quando lutamos por uma, esquecemos as outras? Ou nos tornamos tão tapados, a ponto de esquecer que o lixo independente de ser orgânico ou inorgânico, precisa de um local para ser despejado.

Doeu a frase: Não aceito o seu lixo, pois só produzo lixo orgânico. Quando a Marisa pediu a uma das "causalistas" que tinha uma vendinha de comida orgânica para por no lixo um copo plástico.

Fica o questionamento: Então é preferível jogar o lixo nas ruas da cidade, entupir os bueiros etc? E a consciência ecológica do pessoal que se acha salvador do mundo?

Ainda penso nisso...

Resposta ao post de Maurileni

sábado, 26 de março de 2011

O TEMPO



Parece que ele escorrega em nossas vidas.
Corre menino...

Resposta ao post de Marisa.

Círculo?!


Aquilo que gira propondo um movimento ininterrupto, onde a origem se encontra com o fim.
O momento é de “processo”, pois enfatizamos a importância do tempo no amadurecer de corpos e subjetividades. O momento é de “integração”, pois buscamos com este processo nos resgatar. Buscamos teorias e sensações que nos dêem base para integrar nosso corpo, psíquico e social.
É com base na Psicologia Integral de Ken Wilber que propomos a reflexão acerca da complexidade do humano e da necessidade de uma consciência que não se paute na exclusão, mas sim na integração entre matéria e espírito.
A roda da vida gira, propondo a constante possibilidade de criação. O círculo se movimenta e se recria num eterno retorno, criando um vácuo de possibilidades.
A tradição filosófico-oriental nos chama a atenção para as polaridades bem/mal, bom/ruim, amor/ódio, paz/caos, onde os pólos se complementam. Trata-se simplesmente da roda da vida, onde o início não existiria sem fim e o fim não existiria sem início. Entendendo a importância do bem e também do mal podemos nos acolher no que somos e encontrar nossas possibilidades de integração. Isso é “processo” é o círculo que se fecha e se abre eternamente dentro de nós.
É neste contexto que reflito: como alcançar uma integração em meio ao caos urbano? Onde buscá-la?
Enquanto se busca a roda gira nos mostrando que o ponto é um só. O fim situa-se exatamente na origem.
Self.

quinta-feira, 24 de março de 2011

O INCRÍVEL CASO DO POSTE QUE VIROU ÁRVORE - RESPOSTA À PROVOCAÇÃO: 'Qual a diferenca entre um poste e uma árvore?'

O INCRÍVEL CASO DO POSTE QUE VIROU ÁRVORE (Porto Velho, Rondônia).








Fotos de Leandro Barcellos e Roberto Maio

O IPÊ AMARELO:

O ipê amarelo é a árvore brasileira mais conhecida, a mais cultivada e, sem dúvida nenhuma, a mais bela. É na verdade um complexo de nove ou dez espécies com características mais ou menos semelhantes, com flores brancas, amarelas ou roxas. Não há região do país onde não exista pelo menos uma espécie dele, porém a existência do ipê em habitat natural nos dias atuais é rara entre a maioria das espécies (LORENZI,2000).

A espécie Tabebuia alba, nativa do Brasil, é uma das espécies do gênero Tabebuia que possui “Ipê Amarelo” como nome popular. O nome alba provém de albus (branco em latim) e é devido ao tomento branco dos ramos e folhas novas.

As árvores desta espécie proporcionam um belo espetáculo com sua bela floração na arborização de ruas em algumas cidades brasileiras. São lindas árvores que embelezam e promovem um colorido no final do inverno. Existe uma crença popular de que quando o ipê-amarelo floresce não vão ocorrer mais geadas. Infelizmente, a espécie é considerada vulnerável quanto à ameaça de extinção.

A Tabebuia alba, natural do semi-árido alagoano está adaptada a todas as regiões fisiográficas, levando o governo, por meio do Decreto nº 6239, a transformar a espécie como a árvore símbolo do estado, estando, pois sob a sua tutela, não mais podendo ser suprimida de seus habitats naturais.

A Busca da Totalidade

Nosso sonho comecou quando apareci no IFCE com uma vontade de compartilhar processos que vivi durante o periodo de confeccao da minha dissertacao de mestrado que finalizei em Dezembro de 2010 em Amsterdam, Holanda. Facilitei uma oficina que relaciona movimento, elementos de Butoh com os tempos e estacoes do ano: verao, outono, interno e primavera. Em Janeiro de 2011, treinamos durante 3 dias as qualidades de movimento que as estacoes do ano remetiam ao nosso corpo e imaginário, e tivemos 1 dia na serra de Pacatuba - lugar lindo com trilhas e cachoeiras que Juliana Capibaribe  nos guiou. Lá tivemos experiencias estéticas incríveis, provamos das trocas energéticas do nosso corpo com a natureza crua e trabalhamos o desafio da 're-ligacao' ao todo. Eu nao falo 're-ligacao a natureza' porque nós somos parte dessa totalidade, e na verdade, na verdade o que nós sempre procuramos é conectar as coisas de nossa vida. Coisas que sao sub-divididas, categorizadas, rotuladas que nos alienam a cada dia, e nos des-sensibilizam, de um contato com essa totalidade. O resultado foi fortíssimo e registrado. Para dar uma olhada em algumas fotos desse momento, clique aqui!
Após nessa experiencia, surgiu em mim e no Mimo, uma vontade de dar uma continuidade e ver no que isso iria dar. Mais uma vez, facilitei outra oficina em Fevereiro desse ano com 3 dias de treinos no IFCE e 1 dia de experimentacoes em Sabiaguaba:




As fotos acima sao do experimento 'sempre corri atrás de mim como uma criança que corre atrás de um balão levado pelo vento...eu era o vento e não sabia.' - que trata da renúncia em si só, e de se deixar ir. Além de ter feito essa performance em Sabiaguaba, senti necessidade de re-faze-la na cidade, talvez bem no centro. Gostaria de resgatar a poética tao fácil apreendida na natureza crua para os espacos urbanos mais sem afetividades.


Nesse contexto, nasceu uma parceria Teatro Mimo e Poéticas do Corpo para unir as sabedorias corporais e tentar pensar um corpo analógico e que desafia um mundo digital. Na vontade de dancar essa totalidade e resgatar elos que fazem parte desse re-pertencer e ser UM, queremos achar espacos nas urbanidades e explora-los para que essa reintegracao possa ser verdade onde o caos, o monóxido de carbono, a poluicao sonora, os males sociais sao mais evidentes. Queremos ter uma experiencia de reintegracao a totalidade em ambientes da cidade - desafiando as forcas, tensoes e dualidades homem e meio, homem e outros, corpo e mente, arte e vida, sugerindo uma forma de pensar o corpo e os espacos de forma holística e, consequentemente, de transformacao social.


Nosso sonho está em processo de maturacao e estamos no comecinho. Mas, ainda tenho dúvidas, muitas questoes... Até que ponto o nosso julgamento de valores da 'natureza' ser pacífica e a 'cidade' caótica' vai influenciar nesse nosso processo? Conseguiremos aceitar as coisas como elas se manifestam e tentar harmonizá-las simplesmente como um trabalho de feng shui? De onde vem as nossas referencias do que pode ser a totalidade? A religacao? A reintegracao? Quais as possíveis relacoes entre as (quem sabe falsas) tensoes entre as dualidades psico-físicas (corpo x mente/alma) e natureza crua x espaco urbano? Que outras fragmentacoes de como vemos as coisas e a nós mesmos podemos tambem relacionar? Afinal... viajei legal, hein? Bom, pelo menos as 3:30 da madrugada todo esse texto faz sentido... talvez depois que eu dormir e acordar isso nao faca mais sentido :-) De qualquer maneira, há uma vontade. De ser UM. E isso, vem lá de dentro. Nao fala portugues. Nao cabe em mim. Compartilhemos entao?

Qual a diferença entre um poste e uma árvore?

Na ansiedade meio contida e meio não de conseguir apreender e assimilar em tão pouco tempo todas as coisas riquíssimas que foram ditas hoje/ontem (tarefa que, pelo menos para mim, é sempre difícil), me ficou escapando pelos dedos uma divagação meio torta, talvez sem fundamento concreto, mas que foi jogada a mim por mim mesma e agora continuo o jogo passando pra vocês, na forma dessa postagem, provavelmente bem menos formulada do que eu gostaria.

Um dos tópicos mais visitados na conversa de hoje (até porque é foco do nosso projeto), foi a intenção de tentar trazer para o espaço urbano a sensação holística que experimentamos quando em maior contato com a natureza. E, como foi dito, isso será claramente um desafio.

Transitamos por diversas outras questões, mas uma que me ficou vibrante na cabeça foi a de que somos feitos todos da mesma essência, quando tratando da matéria (lembro da Marisa falando da amiga que se surpreendeu ao se dar conta de que é composta da mesma coisa que compões um cristal, o que me fez pensar: “e então, o que me diferencia de um cristal? Ou de qualquer outra matéria, corpo ou objeto?” Acredito que isso por si só já é uma provocação maior do que eu acho que possa dar conta, mas nem é bem ela a principal dessa postagem) portanto, somos capazes de nos “identificar” com qualquer objeto existente no mundo. Certo? Ou seja, teórica e grosseiramente falando, deveríamos poder nos identificar com (e nos sentir “confortáveis” perto de) elementos do espaço urbano tanto quanto com elementos da natureza. Certo?

Somos “compatíveis” com um poste tanto quanto com uma árvore (?).

Todas essas aspas e pontos de interrogação servem para ilustrar quão titubeante estou ao afirmar assim tudo isso e quão tosco e objetivo é o modo como coloquei tudo isso. Mas onde eu queria realmente chegar é no fato de que, mesmo isso fazendo total sentido, nós ainda sim não nos sentimos tão integrados com o mundo num espaço urbano quanto tendemos a nos sentir na natureza (por isso que será um desafio, né?). É difícil tratar disso dessa forma, porque é como se eu afirmasse que natureza e espaço urbano são distintos e independentes. Compreendo que não é bem assim (o que me remete ao conceito de holarquia também citado pela Marisa e à prática de fragmentação ocidental), e que temos que começar a quebrar com essas dualidades de agora, mas falo assim para ilustrar meu raciocínio. Que é o seguinte:

Por quê que, mesmo sabendo que, em teoria, essa integração com o mundo urbano também é possível, nós não nos sentimos nessa totalidade tão facilmente quanto quando estamos “na natureza”? (Na verdade o raciocínio vem agora!).

A melhor resposta que obtive é que, mesmo possuindo essa capacidade de compatibilidade, nós fazemos parte de uma natureza que eu chamaria (talvez equivocadamente) de “primordial”. Ou seja, as coisas que foram “criadas por Deus” nos 6 primeiro dias.

Essas coisas foram projetadas para viverem harmonicamente em conjunto, citações bíblicas à parte, desde o começo dos tempos, seja lá por qual entidade ou força superior. E nós estamos inclusos como seres vivos convivendo nesse sistema.

Porém, a paisagem urbana é excessivamente recheada de conseqüências exageradas da ação humana sobre a natureza (prédios; carros; transito; poluição urbana – visual, sonora, do ambiente como ar e etc). Já esses elementos não estão entre nós desde o começo do mundo, eles foram frutos das nossas mãos e, por mais que possamos nos adaptar a eles (o que acontece, claro, bem ou mal, caso contrário não existiriam seres humanos habitando cidades), essa convivência não é natural, ao menos não tanto quanto com esses outros elementos “primordiais” da natureza. Fomos condicionados a essa convivência e, por mais que já muito bem adaptados a ela, em algum lugar acredito que ainda grite dentro da gente a sensação de que não fomos desenhados inicialmente para viver no meio de todo esse caos de pedra (porque caos existe em tudo que é canto, mas milhares de carros buzinando numa fila em pleno sol do meio dia enquanto você se morde de angustia por já tá atrasado pro trabalho foi um caos totalmente gerado por nós) – feito os passarinhos da minha varanda, por mais clichê que a analogia seja. E tem ainda outra questão. Existem ainda pessoas que simplesmente não agüentam a natureza. Essas assimilaram completamente esse modo urbano de vida, imagino. E as que não suportam natureza, mas vivem estressadas com o estilo de vida urbano? Ficaram pelo caminho, acredito...

Enfim, foi pensando nisso tudo que, mesmo sendo eu simpatizante fervorosa do conceito de holarquia, não pude fugir do conceito de hierarquia – será que existe uma hierarquia de matéria? Será que esses elementos que já são inerentes ao mundo, ou frutos naturais dele não seriam “melhores” ou “mais importantes” do que esses só criados porque temos a sorte de possuir um cérebro “pensante” e um polegar opositor?

Ufa! Nem sei se consegui me explicar direitinho... Mas enfim, fiquei orbitando por entre esse bocado de coisas que joguei aqui. Espero que algo possa ter sido compreendido e/ou despertado. O que acham?

Beijos nos corações!

Rafa.

Anexo 1: O texto do livro “My Antonia” que falei...

“Sentei-me no meio do jardim, onde as serpentes dificilmente se aproximariam sem serem vistas, e encostei minhas costas contra uma abóbora quente e amarela. Haviam alguns arbustos rasteiros de cereja crescendo ao longo dos sulcos, cheio de fruta. Levantei as folhas triangulares que protegiam as frutas e comi algumas. Ao meu redor, gafanhotos gigantes, duas vezes maior que qualquer outro que eu já tinha visto, estavam fazendo acrobacias entre as videiras secas. Eles pulavam para cima e para baixo na terra arada. Lá o vento não soprava muito forte, mas eu podia ouvi-lo cantando
sua melodia murmurada até lá em cima, e eu podia ver a grama alta oscilando. A
terra estava quente debaixo de mim, e quente estava enquanto eu a sentia através de meus dedos. Pequeninos besouros vermelhos apareceram e moviam-se em esquadrões lentamente ao meu redor. Suas costas eram de um vermelho polido, com manchas pretas. Eu me mantive tão parado quanto conseguia. Nada aconteceu. Eu não esperava que nada acontecesse. Eu
era algo que estava sob o sol e o sentia, como as abóboras, e eu
não queria ser mais nada além disso. Eu estava totalmente feliz.
Talvez seja assim que nos sentimos quando
morremos e nos tornamos parte de algo inteiro. Seja isso o sol ou o ar, ou a bondade ou o conhecimento. De qualquer forma, isso é felicidade; ser dissolvido em algo completo e grande.
E quando isso acontece com alguém, acontece tão naturalmente quanto o sono.

O David ta certo... Não é preciso morrer.

Anexo 2: Fotinha. (Facebook de Fernanda Porto).

http://www.facebook.com/photo.php?fbid=10150106564279393&set=a.293086694392.141339.526454392&theater


quarta-feira, 23 de março de 2011

Estratégia

Esse foi mais ou menos o que nós, do Poéticas do Corpo e Teatro Mimo sugerimos para seguir o desafio de pensar um corpo analógico num mundo digital. Iremos nos reunir durante os meses de Marco, Abril, Maio, Junho e Julho para compartilhar um com outro nossos próprios caminhos da tecitura performática. teremos momentos de estudos teóricos e exploraremos categorias como butoh, nao-lugares, totalidade, natureza, e espaco urbano. Treinaremos a mímica corporal e nos intercambiaremos com investigacoes sensoriais e fenomenológicas. Particparemos em conjunto de um plano de criacoes tanto de intervencoes urbanas como de um resultado cenico para a apresentação no festival de Fortaleza, em Agosto de 2011. Comecemos, entao, a compartilhar, crescer junto e amar.