Free Hit Counter

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

mais de um ano. se passa como em um espiral

meus queridos,

faz mais de um ano que concluimos o nosso projeto e espero que de alguma maneira tudo que conversamos e experimentamos esteja de alguma maneira em reverbero. 

a vontade de colaborar, de voltar, de pertencer e de criar algo bonito me fez atravessar o oceano várias vezes e quando olho pra trás vejo que tudo foi tão fragmentado... quisemos tanto fazer conexões que nem precisamos fazer... quando olho pra trás, fico morto de saudade de vcs. das nossas viagens astrais e terrenas. acredito que dançamos e pensamos sem ter o peso de produzir algo que fosse sair nos jornais. achei isso ótimo. nostalgia a parte, queria muito agradecer todos pelas memórias boas de hj quando decidi dar uma olhada nesse blog abandonado. gente, tem tanta coisa boa aqui... acho que valeu a pena por isso... também pelos encontros, pela praia, pelo terminal, pela praça, pelo gelo nas costas do tomaz, pela poesia e pelo poste...

a exatamente um ano atrás eu estava com Atsushi Takenouchi e sua companheira, Hiroko, que é música, lá na itália. numa das noites da residência de um mês lá eu conversava com Hiroko sobre doenças mentais e hospitais e família e experiências pessoais com isso tudo... bem, ela me contou uma história - o que me fez lembrar da Marisa, quando ela nos explicava o desenvolvimento integral humano em forma de espiral... olha só:

Hiroko me falava sobre um amigo na França que era um pintor super criativo e bem conhecido na região, ela não me revelou o nome dele, só disse que era muito próximo dela e pode seguir um pouco das coisas que aconteceram em sua vida. Depois de várias crises de depressão, ele acabou isolado, com pensamento suicidas, dependente de medicamentos e perda de memória... foi 'morar' em uma instituição para doentes mentais. e lá o bem sucedido pintor se misturou durante dois anos entre os pacientes de todo tipo de patologias.

um dia, bem ordinário, ele encontrou uma mola no gramado da instituição. passou horas observando bem de pertinho, horas, horas e horas. uma epifania aconteceu ao observar a mola durante o dia inteiro. depois daquela experiência ele recebeu alta, foi recuperando a memória e a técnica, foi pra casa e continuou a pintar como se esses anos de escuridão fossem só 2 dias...

aconteceu ao seguir as linhas da mola do começo até o fim, do fim até ao começo... do meio ao começo, do fim ao meio... sem meio, sem começo e sem fim. o que fica é o movimento entre uma coisa e outra.

lembrei de vcs e quis compartilhar. estou voltando começo de outubro pra ficar pelo menos um semestre inteiro por ai. nos vemos? beijos,

.david