Free Hit Counter

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Isso não é um cachimbo.

Gente, desculpa, mas o post vai ser grande. Vou responder logo no mesmo a um bocado de provocações, ok?

#1

Essa é em resposta à provocação cênica da Renatinha ontem já fazendo um diálogo com o post da Imaculada e a mais um bocado de coisas...

Réne Magritte

"É da natureza humana a necessidade de dar nomes às coisas afim de
compreendê-las melhor, de torná-las objetos definidos e colocá-las
ao alcance da razão, dispostos como as cores numa paleta de pintor
que irá criar um mundo particular em sua obra." - Imcaulada ("SEM NOME").

Acho que essa obra do Magritte diáloga muito com isso. Ele trata de uma saturação da representação (o que me lembra também de uma história sobre esse quadro do Matisse:


durante uma exposição uma mulher comentou com ele algo como: "mas eu nunca vi uma mulher verde." Ao que ele respondeu: "mas senhora, isso não é uma mulher, é um quadro.")
Minha senhora, se for para ser cética, vamo ser direitinho, né?
Além do que, existem mulheres verdes! Existem linhas coloridas que partem do meu umbigo e me conectam a coisas e brilham quando encontram outras linhas.
Eu não preciso estar tanto no controle. Não preciso definir linhas que configuram o que existe ou o que não existe, o que é ou o que não é. Nomear as coisas vem dai também - da necessidade de se certificar de que elas existem, de forma que eu possa me apropriar delas. Mas se apropriar é diferente de possuir. As vezes me parece que a necessidade de denominação vem acompanhada de uma necessidade de dar conta do objeto pela posse.

"Esatmos incondicionalmente destinados a conhecer." Imaculada ("SEM NOME")
"tudo o que fazemos durante toda nossa existência, em verdade, é nos
conhecermos nas coisas que buscamos conhecer." Imaculada ("SEM NOME")
O problema é que esquecemos de desconhecer. Esquecemos que o desconhecimento pode ser um caminho para atingir o conhecimento. Limitamos nossos métodos de conhecimento. Tanto como procedimento quanto como efeito. Esquecemos que podemos nos reconhecer num plano de micropercepções, que apenas perpassam o consciente. Eu não deixo de me reconhecer em algo apenas por não saber ao certo porque eu me reconheço ali.

[Eu tenho 5 graus de míopia e as vezes gosto de tirar meu óculos, para poder ver.

As coisas são. Sem necessidade de permissão ou certificado de eutenticidade.
E não se pode controlar isso através de conceitos.]

#2

"O que a gente quer não precisa ser arte." Imaculada ("SEM NOME")
Hoje eu tava na casa de uma amiga e ela tava lendo o horóscopo dela e dizia algo tipo assim "hoje é um bom dia para atividades artísticas. mesmo quem não é 'artista' vai tentar trazer elementos para que o dia hoje seja mais bonito."
Aquilo deu um nó na minha cabeça. O que é arte se não exatamente isso? Gente, qualquer pessoa pode ser artista, então, benzadeus! Eu não preciso de um "título" (super questionável, eu diria até) pra ter permissão pra que a minha tentativa de tentar fazer o mundo um lugar mais bonito seja "legítima" não.Vamos todos ser e nenhum ser artistas. A gente faz parte da mesma forma de uma coisa bem maior que a arte, que é a vida! deus permita que eu nunca esqueça disso!
O que a gente quer precisa ser vida! Amor. Sofrimento, que também é amor.
"Se eu quizer mostrar algo alem da linguagem humana, que ultrapasse a
Arte?" Imaculada ("SEM NOME")
Viva.
É uma pena que nem todo mundo tenha dimensão disso. As vezes o meio que a gente tá desvia a gente dessa noção (os meninos que ficam se "exibindo" pra câmera do barra pesada que a gente tava falando ontem...)


#74

"Por mais que eu va lá dentro, eusempre busco fora..." Imaculada ("SEM NOME")

"Quanto mais nos deparamos com o auto-conhecimento, mais buscamos
respostas fora de nós mesmos, pois os caminhos mudam e a visão também,
pois a efêmera características das coisas nos deixa tenebrosa-mente
variável." Renatinha ("integração x indiferença")

E me parece que quanto mais fora eu busco, mais dentro (e fora) eu encontro.
E quanto mais dentro eu busco, mas encontro fora (e dentro).
É um ciclo, é como um efeito dominó, eu não posso mexer numa peça sem que todas respondam a isso.
As coisas são todas uma coisa só mesmo. Tô cada vez mais me convencendo disso. Nem o Heráclito me desviou ("a unidade é ilusão: apenas o fragmento é real."David ("Prazer, Spinoza.") eu só consegui ver o fragmento como holon, portanto são a unidade em si. Não existe a fragmentação. Minha cabeça virou uma maquete, um gráfico vivo e brilhoso, pessoas são formas e brilhos e tudo se funde.)


#422

E por fim, cito David ao discutir a busca do "sem-nome":
"Não é comunicação, não é arte, é outro caminho, outra forma de compreensão, como quando fechamos os olhos e ficamos só com a gente."

#19

"Desabafo"
Ainda não consegui dar conta de tudo que existe na minha cabeça. Tenho tanta coisa pra falar que tenho que me controlar. Eu já tenho posts em fila pra também não saturar tanto! Vou dormir transtornada!
E adorando. :)

Meu coração tá abarrotado de vocês.
O mundo vai ficando cada vez mais bonito.


6 comentários:

  1. eita que té enorme MESMO, hein!
    peço perdão...

    ResponderExcluir
  2. Eita que vcs tão que tão..Nem sei direito desse palavrado todo.Mas essa coisa de nome é uma necessidade só de localização pertinente ainda devido vários fatores em que nosso entendimento se fez e continua em certo modo, dialogar..
    Portanto,Antes de dormir oremos: "Perdoa senhor essa transição de sujeito que ainda faz querer nomear quem eu sou,de onde eu sou e o que faço..embora saiba que isso não seja importante.Ajude-me a encontrar as palavras certas,quando o silêncio não se fizer bastante e por entender que por uma relação social,somente a palavra fará calar.Pois que a arte não se pode ser mais narrada, pois que a mistura e a hibridez nos faz insensíveis com as palvras por todo nossa herança cartesiana que coloca um ponto nas coisas que precisam de reticÊncias.Dai-nos as estrelinhas das palavras do nosso próximo,firma nosso julgamento inteligente..pq até tu que chamo de Senhor,dou um nome embora que não sejas pra mim,nenhum Deus.Nem Cristão nem Pagão nem homem qualquer de qualquer filosofia,nem um so genero,nem um so substantivo, e adjetivo...
    Assim pois perante 'a palavra'que ela se torne, mediadora de paisagem como nas obras de Plagen e como todas as obras que nunca vi, mas que somente conheço mediada por ela..Que ela por fim venha se diluir em mim,e me fazer sentir no entre, a sua própria ausência para que eu possa,para que nós possamos, finalmente criar em paz!"

    ResponderExcluir
  3. hmmmmm... esse povo só nas afetividades...

    ResponderExcluir
  4. quantas coisas lindas!
    eu passo um dia longe de vcs e vcs estao com a cabeça cheia de borboletas.
    só alteraria a ultima frase Ju:
    finalmente criar em paz e em caos

    ResponderExcluir
  5. não dá pra falar tudo que se passa pela cabeça e o mais louco,parece que quando vc acabe de escrever e termina a postagem,vc já tá pensando outra coisa,já tá querendo mudar algo,já tá pensando pelo menos um pouco diferente...

    ;*

    ResponderExcluir