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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Eu vejo o que você vê.

No meio de uma praça, um pequeno grupo de pessoas.
Eles olham para um poste.
Eles vêem um poste.
Um poste que, nem todos sabem, está prestes a virar uma árvore.
Ao redor deles outras pessoas também olham com curiosidade o que aquele pequeno grupo observa, mas talvez um (aquele senhor com camiseta listrada sentado no banco) ou outro (a babá que segura o bebê) compreendam. Os outros parecem confusos, não entendem, querem explicação.
Naquele momento, no momento em que eu vejo o que você vê, no momento em que você olha para um poste e vê o mesmo que eu: um poste (que vai virar árvore, já sabemos disso), naquele momento, eu tenho a leve impressão de que sou você. E que você sou eu. Que nós, que olhamos todos para um mesmo ponto e sabemos o que vemos, somos um só. Tudo bem, pode não ser assim, eu posso não ser você, mas por um momento me parece que eu poderia. Me parece que eu entendo. Entendo o que você sente. Entendo suas angústias, os motivos que lhe causam riso e choro, o prazer que você sente com o cheiro da chuva, a dor de ver a sua pessoa querida sofrer, o desespero naquelas noites escuras que te fazem sentir só, a felicidade do banho de sol na pele, a sua felicidade, que é a minha. Eu compreendo tudo e sei que vocês podem compreender também - porque eu rôo as unhas e porque banho de mar me deixa com vontade de comer biscoito bono de chocolate.
E o mais bonito disso é que depois de tudo, depois, quando chega no fim, quando o poste vira árvore e todo mundo é convidado a olhar. Aquele pequeno grupo já não tem mais a quantidade de pessoas. Agora mais pessoas podem olhar, ver, entender, ser um só. E a gente fica feliz com o olho no olho, a luz no rosto e o amor no meio do mundo.
Viva a transformação!

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